Trecho da dissertação de Miranda (2018), apresentado na Universidade Federal Rural de Pernambuco:
"A espécie Mimosa caesalpiniifolia Benth., popularmente conhecida como Sabiá, Cebiá, Sansão-do-campo e Unha-de-Gato é uma espécie da família Mimosaceae, endêmica do Brasil e nativa da Caatinga do Nordeste, que ocorre atualmente em quase todo o Brasil, nas regiões Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul (SILVA, 2016).
Mimosa caesalpiniifolia é uma planta que alcança de cinco a oito metros de altura, com tronco de 20-30 cm de diâmetro, tem folhas compostas, alternas, bipinadas, geralmente com seis pinas opostas, cada uma provida de quatro à oito folíolos glabros (LORENZI, 1992). Os ramos são fortemente aculeados, o fuste é revestido de ritidoma que desprende-se por rimas longitudinais em lâminas estreitas delgadas. As flores são melíferas, alvas, em espigas pequenas, com odor característico (LIMA, 1996). O fruto desta espécie florestal é um craspédio glabro e sublenhoso, de cor castanho, com o pericarpo segmentado formando artículos monospérmicos deiscentes. O craspédio se caracteriza pela presença do replum, margem persistente que se destaca das faces do fruto, como uma moldura (LIMA, 1985); as sementes apresentam-se variando em forma, de obovoide a oblonga e orbicular, dura e lisa, com 5,1 a 5,9 mm de comprimento por 4,4 a 6,3 mm de largura, e 1,3 a 1,8 mm de espessura; o tegumento é castanho-claro a marrom, e a superfície é lisa lustrosa, com presença de pleurograma em forma de ferradura (FELICIANO, 1989).
É uma espécie pioneira, que produz madeira para diferentes finalidades, tem potencial ornamental e potencial para reflorestamentos heterogêneos destinados à recomposição de áreas degradadas e de preservação permanente. (LORENZI, 1992; LIMA, 1996; RIBASKI et al., 2003). Barbosa et al. (2008), a indica como a espécie mais promissora para a implantação de florestas de uso múltiplo, e a coloca como uma das principais espécies nativas da Caatinga.
Das espécies que podem ser empregadas na construção de cerca viva, M. caesalpiniifolia é a que têm recebido maior atenção. No Mato Grosso do Sul, é a principal espécie utilizada como cerca viva (DANIEL; COUTO, 2003), bem como no Sudeste do Brasil onde é comumente usada cercando fazendas, indústrias e áreas de mineração, minimizando o impacto visual, a poeira, contendo ventos e protegendo contra a entrada de animais e pessoas estranhas (BARBOSA et al., 2008). Segundo Ribaski et al. (2003) esta espécie forma após três anos uma cerca viva que atinge de quatro a oito metros de altura com aproximadamente 300 acúleos por metro quadrado.
Mimosa caesalpiniifolia se destaca como importante fonte de madeira no nordeste, empregada como estacas e mourões na construção de cercas, e tutores em plantações de uva (RIBASKI et al., 2003). Os mourões para construção de cercas apresentam grande durabilidade e preços competitivos, sendo o plantio para este fim uma atividade lucrativa (BARBOSA et al., 2008). Contudo a madeira dessa espécie não é indicada para produção de celulose em função do seu baixo teor de alfa-celulose, alto teor de lignina e alta densidade, e por estes fatores é considerada como uma boa opção para a produção de lenha e carvão (GONÇALVES et al., 1999).
Trata-se de uma espécie que apresenta rebrota abundante, e tolera cortes drásticos, fogo e pastejo (FRANCO et al., 2003). É eficiente na cobertura e na melhoria das condições do solo, por ser uma leguminosa que se associa com bactérias fixadoras de N; e produz serrapilheira rica em nutrientes com elevada velocidade de decomposição (ANDRADE et al., 2000). Como forrageira, é ótima fonte de suporte alimentar para os rebanhos, especialmente em períodos de secas prolongadas. As folhas e frutos maduros ou secos são forragem para bovinos, caprinos e ovinos, a parte aérea possui alto valor nutricional, com aproximadamente 13% de proteína, 1,61% de Cálcio e 0,22% de fósforo (LIMA, 1996)."
Foto: Giovana Miranda, UFRPE, 2017. |
Propagação: vegetativa e por sementes
Cresce em terrenos profundos, principalmente nos coluviões.
Fenologia: Início da floração e outubro e frutificação em dezembro.
Parte Utilizada: As folhas e frutos maduros ou secos são forragem para bovinos, caprinos e ovinos
Árvore em torno de sete metros de altura, com ramos fortemente aculeados.
Caule revestido de casca grossa e pardacenta, pouco espinhoso, castanho claro, ritidoma desprendendo-se por rimas longitudinais, em lâminas estreitas delgadas.
Folhas compostas, alternas, com folíolos elípticos e ovais, um tanto curvos.
Flores alvas, pequenas em espigas e suavemente perfumadas; melíferas.
Frutos: Vagem pequena, articuladas e sementes leves.
Madeira: Excelente para estacas, lenha, forquilhas e esteios, resistênte à umidade e fabricação de carvão.
Lima, 1996, fornece uma análise bromatológica e análie mineral da parte aérea (Proteína bruta: 13,48%, Fibra bruta - 19,63%, Extrato etéreo - 4,95%, Fósforo- 0,22%, Cálcio - 1,61%, Digestão in vitro - 14,16%)
Folha composta bipinada |
ritidoma se despreendendo |
árvore em frente ao departamento de Ciências Florestais (Recife 2017) |
Oliveira, 1999 revisando a morfologia de plântulas, esclarece que nas
espécies de Caesalpinioideae e Mimosoideae as plântulas são
fundamentalmente epígeas, com cotilédones que podem ser foliáceos ou
carnosos; em Caesalpinioideae as plântulas são epígeas majoritariamente
com cotilédones foliáceos.
Segundo Carvalho, 2007 as mudas atingem porte adequado para plantio cerca de 3 meses após a semeadura.
A plântula é o resultado do desenvolvimento inicial do embrião. Na plântula a maior parte dos componentes são oriundos dos cotilédones, e 50% deles ainda estão presentes e funcionais.
Segundo Carvalho, 2007 as mudas atingem porte adequado para plantio cerca de 3 meses após a semeadura.
A plântula é o resultado do desenvolvimento inicial do embrião. Na plântula a maior parte dos componentes são oriundos dos cotilédones, e 50% deles ainda estão presentes e funcionais.
plântula de Sabiá com três dias, germinação epígeo-foliácea ou fanerocotiledonar |
CARVALHO,
P. E. R., Sabiá Mimosa caesalpiniaefolia.
Colombo: Embrapa Florestas, 2007. 10 p. (Embrapa Florestas. Circular
técnica, 135)
LIMA, J.L.S. Plantas forrageiras das caatingas, usos e potencialidades. Petrolina: EMBRAPA, 1996. 38p.
MIRANDA, G. Qualidade Fisiológica e Sanitária de Sementes de Mimosa caesalpiniifolia Benth. 2018. 35 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Florestal) - Universidade Federal Rural de Pernambuco. Recife.
OLIVEIRA, D. M. T. Morfologia de plântulas e plantas jovens de 30 espécies arbóreas de leguminosae. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 13, n. 3, p.263-269, 1999.
OLIVEIRA, L.E.M. Desenvolvimento de Plântulas. Temas em Fisiologia Vegetal. em: http://www.ledson.ufla.br/metabolismo-da-germinacao/etapas-da-germinacao/desenvolvimento-de-plantulas/
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