Classe: Deuteromycetes
Subclasse: Hyphomycetidae
Ordem: Moniliales
Familia: Dematiaceae
Gênero: Asperisporium
Espécie: Asperisporium caricae
A subclasse Hyphomycetidae inclui os fungos cujas espécies são relacionadas pelas características dos conídiose conidioforos, sem base filogenética e portanto sujeitas à duplicidade de nomes, devido a fatores nutricionais e físicos do ambiente exercendo influência nas características morfológicas. Duas ordens são encontradas nesta subclasse: Moniliales ou Hyphales e Aganomycetales.
A ordem Moniliales compreende os fungos que produzem conídios em conidiósporos livres. Compreende mais de 10.000 espécies. Muitas espécies apresentam a fase teliomórfica na classe dos Ascomycetes. Envolve espécies de importância fitopatológica médica e industrial. A ordem, segundo Alexopoulos & Mims, 1979, esta dividida em 04 família: Moniliaceae, Dematiaceae, Tuberculariaceae e Stilbellaceae, com as seguintes características: Moniliaceae com conidioforos hialinos e conídios hialinos. Em alguns casos levemente coloridos; Dematiaceae com conidioforos e conídios escuros ou coloridos; Tuberculariaceae com conidioforos agrupados em feixes denominados sinêmios ou corêmios.
Moniliaceae é a maior família da ordem Moniliales, com conidioforos hialinos livres e formados diretamente de hifas hialinas, com 1.500 espécies e um grande número de espécies fitopatogênicas especialmente nos gêneros Geotrichum, Oidium, Penicillium, Aspergillus, Botrytis, Verticilium, Cylindrocladium, Ramularia, Pyricularia e Trichoderma.
A família Dematiaceae compreende mais de 1.600 espécies, a maioria saprófita e grande parte de importância fitopatológica. Entre os gêneros mais importantes estão: Alternaria, Asperisporium, Cercospora, Cladosporium, Curvularia, Cordana, Fusicladium, Helminthosporium, Nigrospora, Periconia, Stemphylium, Stigmina e Thielaviopsis.
O gênero Asperisporium se caracteriza por estroma subepidérmico. Conidióforos curtos, conidiosporos (simpodulosporos) escuros, rugosos, duas células. Entre as espécies mais importantes além do Asperisporium caricae, estão: Asperisporium cassiae em Cassia tomentosa; Asperisporium asclepiadis em Asclepias eriocarpa; Asperisporium vitiphyllum em Vitis vinifera e Asperisporium minutulum em Vitis californica.
Asperisporium caricae (Mycosphaerella caricae) causador da Varíola do Mamoeiro, ocorre em folhas e frutos, produzindo lesões puntiformes, sobre as quais são encontradas as estruturas do patógeno de coloração escura, quase preta. Conidiósporos elipsoidais piriformes ou clavados, coloração hialina a castanho claro, parede verrugosa, bicelulares, com tamanho de 14-26 x 7-10 micrômetros. A doença deprecia o valor comercial dos frutos, mas não seu sabor.
Texto extraído de:
MENEZES, M. & OLIVEIRA, S.M.A. 1993. Fungos Fitopatogênicos. Recife: UFRPE, Imprensa Universitária. 277 p.
Sinonímias: Cercospora caricae (Speg. 1886); Epiclinium cumminsii (Massee, 1989); Scolecotrichum caricae (Ellis & Everh., 1892); Fusicladium caricae (Sacc., 1902); Pucciniopsis caricae (Earle, 1902).
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Lesões na parte adaxial da folha de mamoeiro |
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Parte adaxial pinta branca com halo marrom circundado por descoloração |
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Lesões na superfície abaxial da folha |
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Varíola [Asperisporium caricae] ou pinta-preta na parte abaxial |
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aspecto da lesão vista em lupa |
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Ilustração de espécies do gênero Asperisporium (MENEZES, M. & OLIVEIRA, S.M.A., 1993) |
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Ilustração da espécie Asperisporium caricae. (MENEZES, M. & OLIVEIRA, S.M.A., 1993) |