segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

[Inseto] Gênero: Cryptolaemus - larva

Reino: Animalia
Filo: Artropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Família: Coccinellidae
Gênero: Cryptolaemus

Cryptolaemus predador de cochonilhas em RIO TINTO - PB

 Pode parecer uma cochonilha, mas é na verdade seu predador. Uma larva de besouro da família Coccinellidae, família dos pequenos besouros (0.8 a 1.8cm), dentre os quais o mais famoso dos besouros é a Joaninha. A maioria dos coccinelídeos, se alimentam de insetos herbívoros, sendo portanto determinantes na cadeia biológica como controladores naturais de espécies que muitas vezes danificam culturas agrícolas. Eles se alimentam de Afídios e Cochonilhas

Um artigo publicado na Revista Brasileira de Entomologia em 2004*, descreve caminhos que comprovam a eficiência dos coccinelídeos locais na predação do pulgão gigante do Pinnus. Um controle biológico do afídio Cinara atlantica uma pragas de destaque, com Hippodamia convergens, Cycloneda sanguinea e Eriopis connexa. Cinara Atlantica é relato prejudicando plantios de Pinus spp. nos estados brasileiros de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Coccinelídeos são inimigos naturais de afídios e pulgões. As larvas de alimentam de pulgões, sugando seu conteúdo e deixando apenas o tegumento, os adultos por sua vez comem sem deixar vestígios, são portanto aliados para manter o equilibrío ambiental e a segurança dos plantações. Coccinelidios, são os besouros mais ventidos para controle biológico de cochonilhas "Mealybug Controls"

*OLIVEIRA el al. Ciclo biológico e predação de três espécies de coccinelídeos (Coleoptera, Coccinellidae) sobre o pulgão-gigante-do-pinus Cinara atlantica (Wilson) (Hemiptera, Aphididae). Revista Brasileira de Entomologia 48(4): 529-533, dezembro 2004

Amadoramente identificando, o individuo à cima se assemelha com as larvas de Cryptolaemus montrouzieri, é sem dúvidas do gênero Cryptolaemus. Encontrados no campus da UFPB de Rio Tinto - Paraíba.

sábado, 28 de janeiro de 2017

[Inseto] Espécie: Phaleria testacea

Reino: Animalia
Filo: Artropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Família: Tenebrionidae
Gênero: Phaleria
Espécie: Phaleria testacea

Uma espécie que habita a areia das praias, relatadas para quase todo o litoral brasileiro, é um pequeno besouro com cor que varia muito nos tons de marrom e pastel, camuflando-se nas areias onde vivem enterrados, subindo à superfície durante o dia e noite para se alimentar. O pequeno besouro chega a incomodar os banhistas que gostam de deitar na areia ou enterrar os pés quando estão com sua população grande.
Suspeita-se que a densidade destes insetos nas praias esta relacionada com a quantidade de detritos na areia, relacionado portanto com a oferta de alimento, uma vez que se alimentam de todo tipo de detrito existente da areia. Estudos com esta espécie, apontam uma grande variabilidade em tamanho e cor dos indivíduos.
Phaleria é um gênero dos "darkling beetles"  besouros da família Tenebrionidae. Tenebrionidade é a família mais numerosa dos Heterômeros, besouros de aspecto, côr e tamanho variáveis, mas de cor uniforme, negra, parda ou cinérea; exoesqueleto relativamente espesso e duro, fosco ou brilhante, diversamente esculturado, porém, quase sempre desprovido de pilosidade. Quanto ao hábito alimentar há espécies micetófagas (que se alimentam de fungos), coprófagas, predadoras e mirmecófilas (em associação com formigas); a maioria é polífaga e onívoras, apresentando regime alimentar misto. Informações retiradas do livro de Costa Lima - Insetos do Brasil.
Phaleria testacea (Coleoptera, Tenebrionidae) nas praias de Recife - Pernambuco - Nordeste do Brasil. Praia de Boa Viagem, Praia do Pina, Praia de Candeias.

Phaleria testacea Beach beetle - Tenebrionid
 

Phaleria testacea  (Coleoptera, Tenebrionidae)
Phaleria testacea - Recife - PE / Brasil

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

[Livro] Macrofungos Notáveis nas Florestas do Paraná



Macrofungos Notáveis das Florestas de Pinheiro-do-Paraná é um livro do holandês André August Remi de Meijer que emigrou para o Brasil, em 1978 e residiu 21 anos no estado do Paraná, na Reserva Natural Cambuí, na várzea do rio Iguaçu, em Curitiba; na zona rural de São José dos Pinhais; na área rural do litoral norte em Antonina e Guaraqueçaba. Montou sua coleção de macrofungos paranaenses com mais de 4500 coletas, que fica atualmente no Herbário do Museu Botânico Municipal em Curitiba (MBM).
Macrofungos são considerados como sendo todos os fungos que formam corpos frutíferos visíveis a olho nú, excluindo as ferrugens, carvões, mofos, fungos foliícolos, fungos anamórficos, ascomicetos liquenizados e mixomicetos.
Meijer após tipificar a Floresta Ombrófila Mista, traça uma retrospectiva das coletas de fungos no Brasil, conta que começaram em 1767, sistematizada à partir de 1816, quando uma sucessão de botânicos estrangeiros e outros viajantes começaram a chegar ao Brasil; destacando o alemão K.F.P. von Marthius, os franceses C.G. Beaupré, H.A. Weddell e A.F.M. Glaziou, o britânico W.J. Burchell e o austríaco H. Wawra von Fernsee.
Destaca a importância da coleta do "Shitake americano" o Lentinula boryana fungo comestível de valor apreciado, feita pelo suiço J.S. Blanchet que se instalou no Brasil para coletas amadoras na Floresta Atlântica na Bahia em 1828.
Segundo Meijer, a primeira publicação é de Berkeley & Cooke que publicaram em 1877 uma lista de macrofungos do Brasil. E as principais coletas prosseguiram com Puiggari, espanhol que chegou no Brasil em 1877 e intensificou as coletas na região de Apiaí (São Paulo divisa com Paraná) de 1881 a 1889, e com outros grandes nomes das coletas brasileiras: C.A.W. Scwacke, alemão que coletou e aumentou a lista de 1873 à 1891; A. Puttemans, um belga que coletou no Brasil entre 1873 e 1937; F.A.G.J. Möller, alemão que coletou entre 1890 e 1893 e H.G. Ule, alemão que coletou entre 1883 a 1903. As coletas eram feitas no Brasil, descritas e nomeadas no exterior principalmente pelos micólogos: os franceses J.P.F.C. Montagne (1784-1866) e J-M. Léveillé (1796-1870); o britânico M.j. Berkeley (1803-1889); o alemão P.C. Hennings (1841-1908); o italiano C.L. Spegazzini (1858-1926) e o próprio Möller (1860-1922).
Meijer descreve ainda os trabalhos de coleta de Bononi, G. Guzmán e D. Pegler realizadas em São Paulo nos anos 80. 

Para mais detalhes sobre as biografias dos nomes citados Meijer indica a leitura de Kirk et al. 2001: Dictionary of the fungi.

Marasmius crassitunicatus

Marasmius nivosus
Marasmius nivosus

Marasmius enodis
Marasmius enodis

No Paraná foram encontradas 39 espécies de Marasmiellus. Uma ocorre em solo, em gramados e pastagens, e outra (M. mesosporus), em talos de gramíneas vivas e mortas, em areia das dunas litorâneas. Ainda uma terceira ocorre tanto em folhas mortas de Pinus plantado como de A.angustifolia nativa. Apresenta uma lista de hospedeiro e substtratos.

Xerula pilosa

Hygrocybe parvula

Hygrocybe silvae-auricuriae
Hohenbuehella silvae-auricariae

Pluteus xylophilus
No Paraná foram encontradas 34 espécies de Pluteus; todas ocorrendo em madeira morta de dicotiledôneas em floresta nativa, algumas também em A. angustifolia e nas palmeiras Bactris setosa e S. romanzoffiana, em folhas de bormeliáceas mortas, em solo, e em folhas mortas de Typha nos pântanos. (Para identificação: Vellinga & Schreurs 1985)

Neopaxillus villosa

Somente três espécies de Neopaxillus são conhecidas. N. echinospermus é amplamente distribuída nos Neotrópicos (ver: Singer 1964), enquanto as outras duas são conhecidas somente nas localidades de Porto Rico e Sri Lanka.

Tremetes villosa

Tremetes villosa

Fuscocerrena portoricensis

Polyporus sp.

Polyporus grammocephalus

Ramaria cyanocephala

Gomphus

Xylaria longipes


Hygrocybe sp.

Phyllotopsis nidulans

Grammothelopsis bambusícola

Observações sobre o gênero Tremella: Foram encontradas 08 espécies de Tremella no Paraná. Todas basicamente espécies de floresta nativa e ocorrem somente em madeira morta de dicotiledôneas. Embora "representantes do gênero Tremella compreendam espécies micoparasitas, que crescem no himênio de Aphyllophorales, em basidiocarpos de Dacrymycetales, em peritécio ou estromata de Ascomycetes (Cehn & Oberwinkler & Chen 2001), nada se sabe sobre a possível natureza micoparasitária de Tremella dysenterica.



O autor apresenta uma lista de espécies comestíveis da região, junto com um panorama do consumo de cogumelos. Relata que as espécies mais coletadas são Auricularia fuscosuccinea em madeiras de dicotiledôneas nativas; Agaricus spp. e Macrolepiota bonaerensis em pastagens e Ramaria toxica em Eucalyptus. R. toxica é venenoso quando ingerido cru, mas perde a toxicidade se fervido por 10 minutos. Em pantações de Pinus, três espécies de Suillus são comuns e comestíveis.

Os macrofungos podem ser simbiontes, sapróbios ou parasitas. Alguns vivem inicialmente como parasitas e, depois da morte do hospedeiro continuam no tecido morto como sapróbios. a maioria dos macrofungos da MOF é formada por sapróbios e os gêneros mais ricos em espécies consistem principalmente se sapróbios, embora uma ou outra espécie possa ser obrigatória ou facultativamente ectomicorrízica ou parasita de plantas. Cordyceps é a única exceção, pois todas as espécies são parasitas de obrigatórios de artrópodes. Meijer faz uma compilação das espécies de macro e microfungus encontrados em substratos de pinheiro-do-paraná. Constata que das 135 espécies de macrofungos, a maioria são sapróbios, e entre os microfungos encontra-se alguns parasitas e espécies endomicorrízicas. Poucos macrofungos da floresta ombrófila montana são parasitas obrigatórios de plantas, entre eles se encontram Tripospora macrospora que ocorre exclusivamente em folhas vivas de Podocarpus lambertii. Definindo os grupos ecológicos dos macrofungos, o autor relaciona as espécies parasitas com as espécies hospedeiras, exemplificando os tipos de parasitismo envolvidos entre todas as espécies catalogadas.

Os basidiomicetos decompositores de madeira podem ser agrupados em fungos de podridão branca, que possuem sistema enzimático que lhes permite degradar todos os componentes das paredes celulares da madeira e fungos de podridão marrom, que removem da madeira celulose e hemicelulose, mas não lignina. O número de basidiomicetos de podridão marrom é pequeno comparado ao de podridão branca, e, com relação a habitats naturais, ainda menor nos trópicos (Ryvarden 1993). Entre os basidiomicetos de podridão marrom conhecidos, sete ocorrem na floresta ombrófila montana, elas são da ordem Polyporales e Dacrymycetales.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

[Fungos] Gênero: Pleurotus

Reino: Fungi
Filo: Basidiomycota
Classe: Agaricomycetes
Ordem: Agaricales
Família: Pleurotaceae
Gênero: Pleurotus

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Paul Kummer descreveu pela primeira vez o gênero Pleurotus em 1871. Desde então muitas espécies foram para outros gêneros por exemplo: Favolaschia, Hohenbuehelia, Lentinus, Marasmiellus, Omphalotus, Panellus, Pleurocybella e Resupinatus.
Pleurotus é o gênero que inclui os cogumelos mais comidos e cultivados, amplamente apreciados pela gastronomia, o Pleurotus ostreatus é a espécie ícone. Pleurotus significa "orelha lateral", do grego pleuré, e o termo "pleurotóide" é usado para cogumelos com esta forma geral quando os chapéus são ligados lateralmente sem haste, se houver uma haste, é normalmente excêntrica e as lamelas são decorrentes ao longo dela.
Os fungos de Pleurotus são encontrados em climas tropicais e temperados em todo o mundo. A maioria das espécies de Pleurotus são fungos de podridão-branca que decompõe madeiras duras.

Todas as espécies de Pleurotus são saprófitas e nematófagos, capturando nematóides e paralisando-os com uma toxina.A classificação de espécies dentro do gênero Pleurotus é difícil devido à alta variabilidade fenotípica. As fotos à baixo são de exemplares encontrados no campus da UFRPE, são fartos em remanescentes de vegetação próximos à região metropolitana. São comestíveis, porém nestas áreas a coleta é prejudicada pela concorrência com os outros animais e insetos que se alimentam dos corpos de frutificação de Pleurotus.

Fungos Pleurotus também têm sido utilizados em estudos de biorremediação de poluentes tipo petróleo e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.



Pleurotus em Recife Pernambuco
oyster, abalone, tree mushrooms


A classe dos Agaricomycetes junto com Dacrymycetes e Tremellomycetes formam o sub-filo Agaricomycotina. Agaricomycotina, Pucciniomycotina e Ustilagomycotina compõem o filo Basidiomycota.(ZMITROVICH e WASSER, 2012 apud HIBBETT et al., 2007). Fala-se dos "bons tempos" da taxonomia dos Agaricomicetos, quando esse grupo era facilmente subdividido em três grandes subgrupos: Aphyllophorales, Agaricales e Gasteromycetes, fase que terminou nos anos 80 quando esta taxonomia tradicional e mais prática foi questionada e duvidada. As estruturas microscópicas dos basidiomas são as principais razões de discórdia em Agaricomycetes.
Para entender a evolução da classificação de Agaricomycetes recomendo a revisão feita  Ivan V. Zmitrovich e Solomon P. Wasser: Phylogenetic Conundrum of the Mushroom-forming Fungi (Agaricomycetes), cpítulo 08 na coletânea "Systematic and Evolution ".
Agaricomycetes: toadstools, tinder fungi, puffballs, club-fungi, crust-fungi, and jelly fungi.

A “MORPHOLOGICAL” TREE (ZMITROVICH e WASSER, 2012)

Pleurotus encontrado no Horto Florestal Dois Irmãos em 2017

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

[Inseto] Gênero: Ceroplaste


Reino: Animalia
Filo: Artropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera
Família: Coccidae
Gênero: Ceroplaste

O gênero ceroplaste compreende as cochonilhas cerosas, que se diferenciam na família Coccidade por apresentar espessa carapaça cerosa que recobre o corpo das fêmeas adultas. Os machos são raros e as fêmeas adultas é o que geralmente vemos habitando os vegetais, as características da fêmea são as bases para as chaves de identificação.
A carapaça cerosa que envolve a parte dorsal das fêmeas em muitos casos da um aspecto de ovo e confunde os leigos que não acreditam se tratar de um inseto. Cochonilhas são hemípteros muito comuns na vegetação, sendo considerados pragas de jardim. A literatura relata que 36% dos tipos de cochonilhas encontradas são cerosas (Peronti et al, 2008). Esta carapaça cerosa recobre a parte dorsal do corpo, e escondem as estruturas títpicas de um inseto que são visíveis apenas na superfície ventral que fica praticamente fixa no hospedeiro. Destacando um indivíduo e observando-o no seu ponto de fixação podemos ver, com a ajuda de uma lupa todos os detalhes de seus aparatos, patas, antenas e cauda.

A carapaça é dividida em placas, de 7 a 9 placas e cada placa contém um núcleo, que são os pontos marrons que vemos a olho nú.A cera varia na cor, consistência e espessura conforme a espécie.
 A visão microscópica da superfície é bem rica, com numerosos poros e setas. O tipo dos poros da superfície dorsal são importantes características para identificação, observados ao microscópio diferem quanto ao número de lócus, formato, posição e função, e as setas são de diversos formatos. Neste post trago a ilustração que esta no trabalho ja citado de Ana Lúcia Benfatti Gonzalez Peronti, Carlos Roberto Sousa-Silva1 & Maria Cristina Granara de Willink. Uma Revisão completíssima das espécies de Ceroplastinae Atkinson (Hemiptera, Coccoidea, Coccidae) do Estado de São Paulo; com chave para identificação e muitas fotos. As fotos à baixo foram retiradas de mudas em Regente Feijó-SP em um pomar familiar. Nesta região, e principalmente nesta cultura estes ataques são muito comuns.

Jabuticabeira com cochonilha cerosa - comuns em Regente Feijó - SP
aparência de ovos brancos
nas partes lenhosas dos ramos, nunca nas folhas
Ceroplaste com 07 placas, detalhe dos núcleos


Superfície ventral: patas em branco

Brasil Revista Brasileira de Entomologia 52(2): 139-181, junho 2008
Ceroplastinae é uma sub-família de Coccidae que compreende as cochonilhas cerosas. Ainda citando o trabalho de Peronti, et al 2008, em ceroplastinae contamos com o registro de 41 espécies , 40 de Ceroplastes e 1 de Vinsonia, aquelas com aspecto de estrelas. a maioria é mencionada no estado de São Paulo (29) sendo 16 exlusivas de São Paulo. (Ver Ben-Dov 1993)*